quarta-feira, 8 de abril de 2009

Lutero e o Demónio


No Castelo de Wartburg, na Alemanha, mostram aos visitantes uma mancha de tinta na parede que, diz-se, é um vestígio da confrontação de Martinho Lutero com o Demónio. Durante um serão de 1521, enquanto o pai do protestantismo estava a traduzir a Bíblia de latim para alemão, o Demónio apareceu-lhe e começou a escarnecer dele. Furioso, Lutero atirou o tinteiro contra ele.

Esta história será apenas uma lenda, mas Lutero escreveu de facto sobre eventos paranormais. Em 1521, no Castelo de Wartburg, onde se escondeu depois de ter atacado o poder e a corrupção papal, Lutero descreveu o que aconteceu depois de lhe terem trazido um saco de avelãs. Quando já estava deitado, as avelãs começaram a saltar dentro do saco. A cama chocalhava, e as avelãs pareciam voar e bater nas vigas. Como não o magoavam, Lutero adormeceu. Mais tarde, foi acordado por um grande ribombar, como se uma centena de barris estivessem a rebolar pelas escadas. Contudo, a porta de ferro, em frente às escadas, estava fechada a cadeado e ninguém podia ter entrado. Posteriormente, quando Lutero já se tinha mudado para outra parte do castelo, uma mulher que dormiu no quarto que ele deixava vago também ouviu um tal fragor que pensou que 1000 demónios tinham invadido aquele lugar.

Lutero teve outros dois encontros com espíritos no Mosteiro de Wittenberg, onde era professor de Teologia, quando, em 1517, deu início à Reforma, pregando na porta da Igreja de Todos os Santos as suas 95 teses para debate público sobre a conduta da Igreja. «Interrompendo os meus estudos, o Demónio entrou na minha cela e começou a fazer barulho atrás do fogão, como se estivesse a arrastar algum volume de madeira pelo chão.» Lutero dizia que noutra ocasião ouvira o Demónio por cima da cela, «mas, como eu sabia que era o Demónio, não lhe prestei atenção e fui dormir».

Lutero acreditava que era guiado por entidades invisíveis e teve premonições de doenças e da sua morte. Combateu vozes e visões do Demónio, que, segundo ele, lhe aparecera uma vez em figura de porca no pátio e de cão sobre a cama, embora nenhum desses animais existisse no Castelo de Warburg.

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