terça-feira, 17 de março de 2009

Linhagem Sagrada e Dinastia Merovíngea

A LINHAGEM SAGRADA
E O CÁLICE SAGRADO
DAGOBERT II E O FIM DA DINASTIA MEROVÍNGEA




Após a morte de Clóvis em 511, o Império se dividiu por seus quatro filhos que enfraqueceram o reino pois os príncipes eram jovens.

Dagobert II tinha 5 anos (nasceu em 651) e se tornou herdeiro do trono em 656. Foi raptado pelo Majors do palácio , um homem chamado Grimoald que colocou seu filho em seu lugar.

Afirmou que era o desejo do rei. Grimoald confiou-o ao bispo de Poitiers que, parece , relutou em matar a criança , finalmente exilada na Irlanda, no Monastério de Sloane. Casou-se com Matilde, princesa celta que morreu ao dar a luz de seu terceiro filho em 670.

Casou-se pela segunda vez com Giselle de Razès, visigoda. Seu casamento foi celebrado em Rennes Le Chatêau na igreja de Maria Madalena , onde Berenger Saunière erigiu a estrutura no século XIX. DAGOBERT II restituiu seu trono em 679. Tinha vários inimigos , entre eles Pepino , o gordo que se aliou à outros inimigos políticos de DAGOBERT II.

Em 23 de dezembro de 679, foi assassinado. Na época , a igreja canonizou-o como São Dagoberto (1159).

Talvez como uma tentativa de desagravo por parte da igreja.Em 1609, o Duque de Lorraine , avô de Godfroi de Bouillon concedeu proteção especial, defendendo-a e , em 1093 Godfroi de Bouillon também defendeu a igreja-túmulo de DAGOBERT II.

Na revolução francesa, a igreja foi destruída e as relíquias foram dispersas. Atualmente , um cérebro contendo um incisão ritual, que teria sido de DAGOBERT II , está sob custódia de um convento em Mons. Todas as outras relíquias desapareceram.

Para todos os efeitos, a morte de DAGOBERT II foi o marco final da dinastia Merovíngea.


DINASTIA CAROLÍNGEA

Passou a reinar pois, Pepino , o gordo , pai de Charles Martel que nunca subiu no trono, porém, seus descendentes procuraram casar com princesas Merovíngeas , para Ter o direito ao trono. Charles Martel morreu em 741 e dez anos depois, Pepino III foi coroado rei dos francos. Apoiado pelo Papa que usou sua autoridade baseando-se na "doação de Constantino".

Nota: A doação de Constantino ocorreu em 312 d. C. , quando doou oficialmente ao bispo de Roma, seus símbolos e regalias imperiais, conferindo ao Bispo o título Vigário de Cristo que dava poderes de imperador.

De acordo com esse documento, o bispo de Roma exerceria sobre a cristandade a suprema autoridade secular , além da espiritual. Seria, na verdade, um Papa imperador, que disporia quando quisesse da coroa Imperial, podendo delegar seu poder.

Em outras palavras ele possuía , através de Cristo, o direito de criar ou depor reis. Da doação de Constantino deriva o subsequente poder do Vaticano, em assuntos seculares.

Enfim, Pepino III fez um pacto com a igreja.



O RITUAL DE UNÇÃO

Passou a significar que os monarcas tornavam-se subservientes do Papa e não o gesto simbólico de santificar o sangue real. Em 754, Pepino III recebeu a unção, inaugurando a dinastia Carolíngia. (o nome provém de Carlos Martel , embora depois tenha sido associado com Carlos Magno , imperador em 800 , do sacro império romano que seria um título Merovíngeo exclusivo da linhagem Merovíngea.

A igreja traiu sua ligação perpétua aos Merovíngeos.

Talvez por isso, Pepino III, Carlos Magno , etc, casaram -se com princesas Merovíngeas. " E todas as investigações indicam que essa traição , embora ocorrida a 1100 anos , continua a exasperar o MONASTÉRIO DO SINAI. Para eles , exceto a Merovíngea - Visigótica, todos são usurpadores".

Segundo a história tradicional, a dinastia Merovíngea desapareceu com a morte de Childeric III em 755; segundo o MONASTÉRIO DO SINAI , contudo , a linhagem Merovíngea sobreviveu tendo sido perpetuada até hoje a partir do infante Sigisbert I filho de DAGOBERT II . Só que não se sabe o que aconteceu com ele.

Segundo alguns cronistas , ele morreu numa caçada por acidente; só que ele não tinha mais que 3 anos na época. Além de não existir registro de sua morte.

Por que um tema tão desinteressante pode suprir uma sociedade secreta como o MONASTÉRIO DO SINAI? Por que as tentativas de apagar da história o próprio DAGOBERT II ? Ele só ressurgiu só ressurgiu nas enciclopédias a partir de 1646. Só em 1655 , Dagobert II foi reintegrado a lista se reis franceses. O que estaria sendo ocultado? Esquecer Dagobert e Sigisbert seria interessante à igreja e aos reis franceses. Mas por que o assunto continuaria a Ter importância na época de Luis XIV?

A menos que houvesse algo de muito especial no sangue Merovíngeo. Segundo os documentos do MONASTÉRIO DO SINAI , Sigisbert foi salvo pela irmã e foi para o Sul da França , para o domínio de sua mãe, Giselle de Razès, em 681 e adotando os títulos de seu tio, Duque de Razès e Conde de Rhèdae. Teria adotado também o sobrenome ou apelido de Plantard (botão de flor ardente) da linha Meronvíngea.

Entre 759 e 768, houve um Estado independente no Sul da França que incluía Razès e Rennes le Chatêau , oficialmente reconhecido por Carlos Magno , Califa de Bagdá, do Mundo Islâmico e pela igreja.

Seu governante Thierry ou Theodoric. A maioria dos intelectuais modernos o considera como um descendente Merovíngeo. Seu filho , conde de Razès era Guillem de Gellone tomou Barcelona , dobrando seu próprio território e estendendo sua influência para além dos Pirineus.

O MONASTÉRIO DO SINAI também declara que Sigisbert IV era conhecido como príncipe "Ursus" e informa que ele morreu na Bretanha , enquanto sua linhagem se teria unido por casamento à casa Ducal Bretã. No final do século IX , o sangue Merovíngeo fluía nos ducados da Bretanha e da Aquitãnia. Essa família procurou refúgio na Bretanha estabelecendo um ramo inglês chamado Planta. Desse trono gerou Bera VI (o arquiteto). Nesse ponto questiona-se se a palavra "arquiteto e arte de construção" não estariam de algum modo ligado à maçonaria.


GODFROI DE BOUILLON

Fora sem dúvida um herói popular supremo ; líder da primeira cruzada , capturou Jerusalém dos muçulmanos , salvou o sepulcro de Jesus das mãos infiéis. Reconciliou , na imaginação do povo , os ideais de cavalheirismo e a piedade cristã fervorosa - personagem ligada a lenda da "família do Cálice" que transbordou no medievalismo e - descendentes Merovíngeos , da família Plantard, Duque de Lorraine, dos reis perdidos.

Essa revelação lança luz sobre as cruzadas, o motivo pela qual ele reclamou o sepulcro de Cristo em Jerusalém. Mas mesmo assim, não dá para supor, por que a linhagem merovíngea seria importante hoje.

Como conseguiu a lealdade de tantos homens importantes?


A tribo exilada

Os merovíngeos diziam descender da antiga Tróia, mas segundo o MONASTÉRIO DO SINAI ela era anterior e podia ser rastreada até o Velho Testamento. Nos Dossiers secrets há referência da tribo de Benjamim e enfatiza três passagens bíblicas: Deut.33, Josué 18, Juízes 20 e 21.

Moisés declara uma benção muito especial e exaltada; Em Josué, a distribuição da terra prometida, Benjamim ficou com Jerusalém (Sefa, Efef e Jehus) e em Juízes, quando os benjamitas guerreiam com onze tribos e não permitiram mais que um benjamita tocasse em mulheres das outras tribos. Muitos deixaram seu país e partiram para o exílio. Há uma nota nos dossiers secrets.

"Um dia os descendentes de Benjamim deixaram seu país, alguns permaneceram. Dois mil anos mais tarde, Godfroi de Bouillon, tornou-se rei de Jerusalém e fundou a Ordem do Sinai!

Realmente os benjamitas partiram para a Grécia, Arcádia, em suma, onde eles teriam alinhado com a família real arcadiana. Com o advento da era cristã, migraram para a França gerando finalmente os merovíngeos.

De acordo com o MONASTÉRIO DO SINAI então, os merovíngeos descendiam, via Arcádia com os benjamitas, ou seja, eram de origem semita, ou Israelita e se Jerusalém era, por direito hereditário por nascimento dos benjamitas, GODFROI DE BOUILLON, ao marchar sobre a Terra Santa, estaria de fato, reclamando sua antiga herança.

Os benjamitas cultuavam Belial e Astarte, a rainha do paraíso. Na Grécia associaram a deusa a Artemis e seu totem era a Ursa Kallisto, filho de Arkas, o filho urso e patrono da Arcádia. Seu nome era Arcas e , transportado para o céu tornou-se a constelação da Ursa maior. O rei Ursus deve Ter relação com a antiga cultura arcadiana. Os cabelos longos lembrava força e vigor físico, tornou-se um símbolo sagrado.

Muitos judeus em comunidades viviam na Europa. Cidades francesas com nomes judeus como Avioth, Barlon e a montanha do Sinai em Lorraine - La Colline Inspireé (a colina inspirada) chamava-se Monte Semita.

Mesmo assim, por que a tribo de Benjamim constituiria um segredo tão explosivo? E por que a descendência de Benjamim constituiria um problema hoje? Como poderia ela esclarecer as atividades e os objetivos atuais do Monastério do Sinai?


A LINHAGEM SAGRADA

O CÁLICE SAGRADO - Para Baigent, Leigh e Lincoln havia um detalhe. Um misterioso objeto conhecido como cálice sagrado que, segundo os contemporâneos, seus possuidores eram os Cátaros; também os templários estavam relacionados e até com a fundação da Ordem. Os cálice é geralmente relacionado a Jesus. De acordo com algumas tradições, foi o copo utilizado por Jesus e seus discípulos durante a última ceia.

De acordo com outras , foi o copo na qual José de Arimatéia colheu o sangue de Jesus quando este estava na cruz, o que lhe confere uma qualidade mágica , simbólica. E se existiu? Onde estaria ele durante todo esse tempo? Outros diziam que o cálice foi levado a Inglaterra por José de Arimatéia. E também que fora levado por Maria Madalena à França. No século IV , lendas descreviam Maria Madalena partindo da Terra Santa e atracando em Marselha, onde suas supostas relíquias são ainda veneradas.

Por volta do século XV , a lenda de que Madalena levara o cálice para Marselha, tinha assumido imensa importância para pessoas como o rei Renné d’Anjou que chegou a colecionar taças. Entretanto lendas mais antigas dizem que Madalena trouxe o Graal, e não uma taça, para a França.

Robert de Boron cristianizou o cálice informando além dos fatos , que após a crucificação a família de José de Arimatéia foi a guardiã do cálice.

Quando submetido à análise cuidadosa, os romances sobre o cálice se revelam crucialmente baseados em assuntos de linhagem e genealogia , herança e hereditariedade. Nós nos perguntamos se isso seria relevante. Enfim, havia alguma importância no fato de a linhagem em questão imbricar , em certos pontos chaves, como aquela que aparecia de forma tão saliente em nossa investigação - a casa d’Anjou , por exemplo, Guilhem de Gellone e Godfroi de Bouillon?

Poderia o mistério ligado a Renné Le Chateau e ao Monastério do Sinai estar ligado , de algum modo, ainda obscuro ao misterioso objeto chamado cálice sagrado? Em alguns manuscritos, o cálice é chamado Sangraal ou Sangreal. Sangraal ou Sangreal talvez não devessem dividir-se em san graal ou sang real. Ou, para empregar a grafia moderna, "sangue real".

Esse jogo de palavras pode ser provocante , mas não é , por si só, conclusivo. Tomado em conjunto com a ênfase dada a genealogia e linhagem, contudo, não deixa margem a dúvidas.

A esse respeito, associações tradicionais - copo que colheu o sangue de Jesus por exemplo - pareceu reforçar sua posição. O cálice parece relacionado , de algum modo a sangue e a linhagem , o que , obviamente, levanta algumas perguntas: qual sangue? Qual linhagem?


OS REIS PERDIDOS E O CÁLICE

Apoiados nos romances do rei Arthur da Távola Redonda , que viveu no século V e/ ou no início do século VI, no ápice da descendência Merovíngea na Gália e contemporâneo de Clóvis. Se o termos Ursus era aplicado a linhagem Merovíngea , o nome Arthur, que também significa Ursus , pode ser uma tentativa de conferir a um chefe britânico uma dignidade incomparável por outro lado, muitos autores insistem em que a corte de Arthur era em Nantes (na região da atual bretanha francesa) e as tradições medievais confirmam que o cálice não foi levado para a Inglaterra por José de Arimatéia, mas para a França, por Madalena.

Começa-se então a suspeitar que o próprio cálice, o sangue real, se referia na realidade ao sangue real da dinastia Merovíngea, um sangue que era considerado sagrado e possuidor de propriedades mágicas e miraculosas. Talvez isso explique porque o templários, criados pelo Monastério do Sinai para serem guardiães da linhagem Merovíngea foram declarados também guardiães do cálice e da família do cálice.

Os romances ligados ao cálice e aos Merovíngeos se ligam, de forma bastante explícita às origens da cristandade, a Jesus, a José de Arimatéia, a Madalena. Nos romances também, os heróis são sempre herdeiros da casa de Davi, sendo identificado como próprio Jesus. Então , qual seria a conexão do cálice e dos Merovíngeos a Jesus? Como pode o cálice se referir, por um lado , a época Merovíngea e , por outro a alguma coisa levada por José de Arimatéia à Inglaterra ou por Madalena à França?

Se o cálice foi o receptáculo do sangue de Jesus (sangraal ou sangue sagrado) qual a relação com os Merovíngeos? E porque deveriam estas duas coisas serem relacionadas na época em que foram, durante as cruzadas, quando as cabeças Merovíngeas usavam a coroa do reino de Jerusalém, protegida pela Ordem do Tempo (Templários) e o Monastério do Sinai? Poderia a linhagem relacionada com o cálice, levado à Europa Ocidental logo após a crucificação, ser interligada com a linhagem dos Merovíngeos?

Por outro lado, sabemos que o povo semita escreveu o velho testamento obedecendo rigorosamente as linhagens , a partir de Adão. Teria esse povo esquecido de dar prosseguimento a genealogia de Abraão, Isaac, Jacó, Davi, Salomão e , quando chega Jesus, eles simplesmente se omitirem! Os judeus ortodoxos ainda esperam um Messias , considerando Jesus como um profeta tradicionalistas que são , mesmo nos dias de hoje, teriam se esquecido disso? Ou o mundo Ocidental desconhece?

O próprio Jesus anuncia seu advento no final dos tempos e ele obedecia as escrituras e sempre as mencionava.

(Trechos extraídos de Baigent, Leigh e Lincoln)

É bem possível que Madalena fosse a esposa de Jesus e , após a crucificação, grávida de 3 meses tivesse sido levada a Gália, onde comunidades judias já existiam e essa linhagem se perpetuou incógnita por séculos , além de haver casamentos dinásticos, não só com outras famílias judias , mas também com romanos e visigodos e , que se aliaram à linhagem real dos tronos , engendrando assim a dinastia Merovíngea.

Isso explicaria a extraordinária posição de Madalena e a importância do culto a ela dedicado durante as cruzadas. Explicaria a condição sagrada atribuída aos Merovíngeos. Explicaria o pacto entre a igreja romana e a linhagem sangüínea de Clóvis (um pacto com os descendentes de Jesus não seriam um pacto óbvio para uma igreja fundada em seu nome?). Explicaria a ênfase dada ao assassinato de Dagobert II , pois a igreja , tomando partido dessa morte , teria sido culpada não somente de um assassinato real mas, segundo sua própria doutrina de uma forma de assassinato de Deus.

Explicaria a tentativa de erradicar Dagobert da História. Explicaria a obsessão dos Carolíngeos em legitimar-se, como chefes do Sacro Império Romano , ao clamarem por uma genealogia Merovíngea. Também explicaria os romances da família do cálice.

Nós já tínhamos adivinhado que as referencias à vinicultura, que apareciam durante nossa pesquisa, simbolizava alianças dinásticas. A vinicultura agora parecia simbolizar o processo pelo qual Jesus - que se identifica repetidamente com a vinha - perpetuou sua linhagem. Como se numa confirmação disso , descobrimos uma porta esculpida representando Jesus com uma porção de uvas. Esta porta se encontra no Sinai, na Suíça.

Obs: a doutrina espírita , consolidada pelo Francês Leon Hipollite Denizard Rivail (Allan Kardec) , no século XIX, também estudou na Suíça e usava como símbolo de Jesus, a vinicultura.


O REI SACERDOTE QUE NUNCA REINOU

No que diz respeito à tradição popular , a origem e o nascimento de Jesus são bem conhecidos. Mas os Evangelhos, nos quais essa tradição é baseada, são consideravelmente mais vagas sobre esse assunto. Somente Marcos e Lucas dizem alguma coisa sobre a origem do nascimento de Jesus e se contestam flagrantemente.

De acordo com Mateus , por exemplo Jesus era um aristocrata, se não um rei legítimo e de direito - descendente de Davi, via Salomão; de acordo com Lucas, a família de Jesus, embora descendente da casa de Davi, era de uma classe menos elevada.

De acordo com Lucas , Jesus , recém nascido , foi visitado por pastores; de acordo com Mateus, foi visitado por reis. Segundo Lucas a família de Jesus vivia em Nazaré e depois viajaram à Belém (a história refere que esse censo não ocorreu). Mateus dizia que a família de Jesus era rica , abastada e residira em Belém todo o tempo; Jesus havia nascido em casa.

Nessa versão, a perseguição de Herodes aos inocentes impele a família a partir pelo Egito, e só depois de seu retorno eles vivem em Nazaré.

Os Evangelhos não podem ser incontestáveis ; ou um dos Evangelhos está errado ou ambos estão.

Quanto mais se estudam os Evangelhos mais claras se tornam as contradições entre eles. Não concordam entre si nem mesmo quanto a data da crucificação. De acordo com João, ela ocorreu no dia anterior ao da celebração da libertação dos escravos judeus do Egito. Já Marcos, Lucas e Mateus ela ocorreu um dia depois.

Tampouco os Evangelhos estão de acordo em relação à personalidade e ao caráter de Jesus: "um salvador humilde como um cordeiro" (Lucas), Um poderoso e majestoso soberano, que veio "trazer a espada e não a paz"(Mateus). Existem outras discordâncias sobre as últimas palavras de Jesus na cruz.

Em Mateus e em Marcos essas palavras foram: "meu Deus , meu Deus, porque me abandonastes?". Em Lucas, foram: "Pai, perdoai-os pois eles não sabem o que fazem." Em João, simplesmente: "Está consumado."

Nestas circunstâncias , os Evangelhos são questionáveis e não definitivos. Não representam a palavra perfeita de nenhum Deus, ou, se o fazem , as palavras de Deus têm sido censuradas , editadas , revisadas, glosadas e reescritas de forma muito liberal , por mãos humanas.

A Bíblia, deve ser lembrado, e isso se aplica ao velho e novo testamento - é uma seleção de trabalhos e , em muitos aspectos , uma seleção arbitrária. Na realidade, ela poderia conter muito mais livros que tenham sido perdidos. Pelo contrário. Foram deliberadamente excluídos. Em 367 d.C. , o bispo Athanasius de Alexandria compilou uma série de trabalhos para serem incluídos no NT.

Esta lista foi ratificada pelo Conselho da Igreja de Hippo, em 393, e novamente pelo Concílio de Cartago , 4 anos depois, nesses conselhos uma seleção foi aceita. Alguns trabalhos foram reunidos para formar o NT como nós o conhecemos hoje , outros foram rudemente ignorados. Como tal processo de seleção pode ser considerado definitivo? Como poderia um conclave de clérigos decidir infalivelmente que alguns livros pertenceriam à Bíblia e outros não? Especialmente quando alguns dos livros excluídos possuem uma aspiração, perfeitamente válida à veracidade histórica.

Em 1958, o professor Norton Smith, da Universidade de Colúmbia, descobriu em um Monastério próximo a Jerusalém, uma carta que continha um fragmento inédito do Evangelho de Marcos.

O Fragmento não tinha sido perdido, mas aparentemente suprimido, sob a instigação se não pedido expresso , do bispo Clemente de Alexandria, um dos mais venerados antigos padres da igreja. Ele reconhece livremente que existe um autêntico evangelho secreto de Marcos. E instruiu Theodore a negá-lo alegando " que nem todas as verdadeiras (coisas) devem ser ditas a todos os homens" e inclui a transcrição do texto, palavra por palavra, em sua carta:

(Smith, Secret Gospel, p. 14 a 16)

"E eles chegaram a Betânia, e uma mulher cujo irmão havia morrido, estava lá. E , vindo , ela se prostrou ante Jesus e lhe disse: Filho de Davi, tenha piedade de mim. Mas os discípulos a empurraram. E Jesus, ficando com raiva, foi com ela até o jardim onde estava a tumba. E imediatamente, um grande grito foi ouvido na tumba. E imediatamente, indo na direção de onde estava o jovem, ele estendeu sua mão e o levantou, segurando-o pela mão. Mas o jovem, olhando para ele, o amou e começou a implorar que pudesse segui-lo.

E saindo da tumba eles foram para a casa do jovem, pois ele era rico. E depois de 6 dias, Jesus lhe disse o que fazer e à noite o jovem foi Ter com ele, usando uma roupa de linho sobre seu corpo nu. E ele permaneceu com ele aquela noite, pois Jesus ensinou-lhe o mistério do reino de Deus. E então, se levantando, ele retornou ao outro lado do Jordão".

Embora esta episódio não esteja em Marcos, ele é bastante familiar, na cura de Lázaro no quarto Evangelho (João). Contudo, existem algumas variações significativas.

Em primeiro lugar, existe um "grande grito" na tumba antes que Jesus afaste a rocha ou instrua seu ocupante a levantar-se. Isto sugere que o ocupante não estava morto, negando assim qualquer elemento miraculoso. Em segundo lugar, no episódio de Lázaro, parece haver algo mais do que as narrativas aceitas nos levam a acreditar.

Como argumenta o professor Smith, é na realidade muito mais provável que todo o episódio se refira a uma iniciação , uma morte e renascimento , rituais e simbólicos , de um tipo muito comum no Oriente Médio na época. Na realidade, as únicas referencias a Lázaro estão nos Evangelhos de João.

Se o Evangelho de Marcos foi tão dramaticamente expurgado, ele foi também carregado com adições espúrias. Em sua versão original ele termina com a crucificação , o enterro e a tumba vazia. Não existe a cena da ressurreição , ou a reunião com os discípulos. Algumas Bíblias mais modernas contém um final mais convencional para o Evangelho de Marcos incluindo a ressurreição.

Mas praticamente todos os estudiosos da Bíblia concordam em que este final expandido é uma adição posterior , datada do final do século II e anexada ao documento original. (Segundo o Codex Vaticanus e o Codex Sinaiticus, o Evangelho de Marcos termina em 16,8).

Se o Evangelho de Marcos foi tão prontamente manuseado, é razoável assumir que os outros Evangelhos foram tratados de forma similar.

De acordo com a tradição teria, a mãe de Jesus veio a morar no exílio, em Éfeso, onde o quarto Evangelho teria surgido depois.

Não há qualquer indicação de que o "discípulo amado" tenha cuidado da mãe de Jesus durante todo o resto da vida. Segundo o professor Schonfield , o quarto Evangelho provavelmente não foi composto em Éfeso, mas somente retrabalhado, revisado e editado lá por um grego idoso, que trabalhou segundo as próprias idéias. (Schonfield, Passover Plot, p. 119,134)

Se o discípulo amado não foi para Éfeso, o que aconteceu com ele? Se ele e Lázaro são a mesma pessoa, esta pergunta pode ser respondida, pois a tradição é bastante explícita sobre o que aconteceu com Lázaro. Segundo a tradição e segundo alguns escritores antigos da Igreja, Lázaro e Madalena, Martha, José de Arimatéia e alguns outros, foram transportados por um navio até Marselha (Sul da França).

(ref. De William de Malmesbury, The Antiquities of Glastonbury)

Lá, José teria se consagrado por São Felipe e enviado à Inglaterra, onde estabeleceria a Igreja de Glastonbury. Lázaro e Madalena teriam permanecido na Gália.

A tradição afirma que Madalena morreu em Axien - Provence ou em Saint-Baume, e Lázaro em Marselha, após haver fundado o primeiro Bispado.

Se Lázaro e o Discípulo amado forem a mesma pessoa, haverá uma explicação para o desaparecimento conjunto de ambos.

Lázaro, parece Ter sido levado à Marselha juntamente com sua irmã - que, como afirma a tradição posterior, carregou com ela o cálice sagrado, o sangue real.


A dinastia de Jesus

O Evangelho de Mateus afirma que Jesus era de sangue real, descendente de Salomão e Davi.

Ele poderia Ter a pretensão legítima ao trono da Palestina unida. Ele teria enfrentado a oposição que enfrentou, precisamente em virtude de seu papel, o papel de um rei-sacerdote que poderia unificar o seu país e o povo judeu, representando assim uma séria ameaça tanto a Herodes quanto à Roma.

Sugerir que Jesus tivesse tal pretensão é desafiar a imagem do "pobre carpinteiro de Nazaré".

Em primeiro lugar, existem dúvidas à respeito da cidade de Nazaré no tempo de Jesus.

Ela não aparece nos mapas romanos, documentos ou registros. Não é mencionada no Talmud nem nos textos de Paulo. Nem mesmo o historiador Flavius Josephus - Que comandou tropas na Galiléia e listou as cidades da província - mencionou Nazaré.

Em suma, parece que Nazaré não surgiu como cidade até algum tempo depois da revolta de 68-74 d.C., e que o nome de Jesus se tornou associado a ela em virtude da confusão semântica.

Sendo de Nazaré ou não, não há tampouco alguma indicação de que Jesus tenha sido um "pobre carpinteiro". ( Vermes, Jesus the Jew, p. 21, menciona que nos provérbios do Talmud o nome aramaico denotando carpinteiro ou artesão (naggar) significa homem culto ou intelectual)

Nenhum dos quatro Evangelhos o descreve como tal. Na verdade, as evidências nelas contidas sugerem o contrário. Ele parece Ter sido bem educado. Parece Ter recebido treinamento para rabino e Ter conversado tão freqüentemente com pessoas ricas e influentes quanto com os pobres.

Nicodemus, José de Arimathéia, o casamento de Canaã , sugere que Jesus e sua mãe eram membros de uma casta.

Se Jesus era Rabino, era casado; se era casado, seria muito estranho que não pudesse Ter filhos.

Se Jesus era um aristocrata, e se ele foi casado com Madalena, é provável que ela fosse de situação social comparável. E, realmente, parecia ser. Entre suas amigas, estava a esposa de um importante oficial de Herodes.

Nos documentos do Monastério do Sinai, Jerusalém - a Cidade Santa e capital da Judéia - tinha sido originariamente propriedade da tribo de Benjamim. Depois os benjamitas foram dizimados em uma guerra com as outras tribos de Israel, e muitos deles partiram para o exílio, embora alguns tenham permanecido. Um descendente desses remanescentes era Paulo, que afirma explicitamente ser um benjamita ( Romanos 11:1)

De acordo com todas as narrativas do NT, Jesus era da linha de Davi e, portanto, da tribo de Judá. Aos olhos dos benjamitas, que tiveram Saul deposto por Davi, isto pode tê-lo tornado um usurpador. Esta objeção poderia ser neutralizada se este fosse casado com uma mulher benjamita. Tal casamento teria constituído uma importante aliança dinástica, repleta de conseqüências políticas. Ela não só teria fornecido a Israel um poderoso rei-sacerdote, como também teria desempenhado a função simbólica de devolver a Jerusalém aos seus donos originais e legítimos. Tal homem teria sido realmente o "rei dos judeus".

(trechos extraídos de Baigent, Leigh, e Lincoln, O Santo Graal e a Linhagem Sagrada)


A crucificação

Durante sua entrevista com Pilatos, Jesus é repetidamente chamado "rei dos judeus". Segundo o professor S.G.F. Brandon, da Universidade de Manchester, a inscrição afixada na cruz, deve ser considerada genuína - tanto quanto qualquer coisa no NT. Em primeiro lugar, ela figura, sem nenhuma variação, nos quatro Evangelhos. Em segundo lugar, trata-se de um episódio muito comprometedor, muito embaraçoso, para ser inventado.

No Evangelho de Marcos, Pilatos, após interrogar Jesus, pergunta aos seus dignitários reunidos (Marcos 15:12) "Pois que quereis que eu faça ao "rei dos judeus"?. Isto indicaria que, pelo menos alguns judeus se referiram a Jesus como um rei. Ao mesmo tempo, Pilatos confere este título a Jesus em todos os quatro Evangelhos. Não há razão para supor que ele o faz de forma pejorativa ou irônica. No quarto Evangelho, ele insiste nisso de forma bastante séria e reiterada, a despeito do coro de protestos. Além disso, nos Evangelhos sinópticos, o próprio Jesus reconhece sua pretensão ao título (Marcos 15:2) "E Pilatos lhe perguntou: "Tu é o rei dos judeus?" E ele lhe respondendo lhe disse: "Tu o dizes". Na tradução, esta resposta soa de forma deliberada. No original grego, no entanto, é interpretada como: "Tu falaste corretamente".

Os Evangelhos foram compostos para uma audiência greco-romana. Em conseqüência, era natural colocar os judeus no papel de vilões. Jesus não poderia ser retratado como uma figura política e o papel dos romanos no julgamento e execução de Jesus deveria ser limpada e apresentado de forma mais simpática possível. Assim, Pilatos é descrito nos Evangelhos como um homem responsável e tolerante, que reluta em consentir a crucificação.

Os Evangelhos informa que Jesus é inicialmente condenado pelo Sanhedrim (Sinédrio)- os conselhos dos anciãos judeus - que então o leva até Pilatos e pede ao procurador que se anuncie contra ele. Historicamente, isto não faz sentido. Nos três Evangelhos sinópticos, Jesus é preso e condenado pelo Sanhedrim na noite do festival dos judeus, mas pela lei mosaica, este conselho era proibido de se reunir durante o festival. (H. Cohn, Trial and Death of Jesus, p.97)

Nos Evangelhos, a prisão e o julgamento de Jesus ocorrem à noite, antes do conselho. Pela lei judaica, o conselho é proibido de se reunir à noite, em casas particulares ou em qualquer outro lugar fora dos recintos do Templo.

Nos Evangelhos, o conselho é aparentemente desautorizado a votar uma sentenças de morte - e esta seria a razão para levar Jesus ante Pilatos. Contudo, o conselho era autorizado a votar sentenças de morte - por apedrejamento, se não por crucificação. Desta forma, se o conselho tivesse desejado dispor de Jesus, ele teria autoridade para sentencia-lo à morte por apedrejamento. Não haveria necessidade de perturbar Pilatos.

De acordo com os Evangelhos de Marcos e Mateus, libertar um prisioneiro se a multidão assim o quisesse , é fantasioso. Os Evangelhos dizem que era costume do "festival dos judeus".

(Brandon, Jesus and the Zealots, p.259., H.Cohn, Trial and Death of Jesus, p.166. e Winter, on the Trial of Jesus, p. 94)

Nota: Haim Cohn é um ex-procurador geral de Israel, membro da Suprema Corte e professor de História Jurídica.

Autoridades modernas concordam que tal política nunca existiu por parte dos romanos, e que a oferta para libertar Jesus ou Barrabás, é uma ficção.

Nem todos os judeus eram inocentes. Mesmo que a administração romana temesse um rei-sacerdote com pretensões ao trono, ela não teria condições de embarcar abertamente em atos de provocação que poderiam precipitar uma rebelião em escala total..

Mas mesmo que seja este o caso, permanece o fato de que Jesus foi vítima de uma administração romana, numa corte e sentença romana, com soldados e execução romana - uma execução, que na forma, era reservada exclusivamente aos inimigos de Roma. Jesus não foi crucificado por crimes contra o judaísmo, mas por crimes contra o Império.

(Brandon, Jesus and the Zealots, p. 328., diz que toda pesquisa sobre o Jesus histórico deve começar pelo fato de sua execução pelos romanos por sedição. E que a tradição de considera-lo "rei dos judeus" deve ser aceita como autêntica. Os antigos cristãos não teriam inventado tal título, em vista de seu caráter embaraçoso.)

Nota: Observa-se que o judaísmo sempre cumpriu rigorosamente as leis mosaicas até os dias de hoje. É compreensível que, com tantas contradições culturais, os judeus ainda não tenham compreendido a missão de Jesus como Messias.


O SEGREDO QUE A IGREJA PROIBIU

Segundo os autores do best-sellers "O Santo Graal e a Linhagem Sagrada", Baigent, Leigh e Lincoln, era conhecido deles o contraste de seu cenário com os ensinamentos cristãos estabelecidos através dos séculos.

...Mas quanto mais pesquisávamos, mais claro se tornava que esses ensinamentos, na forma como foram transmitidos através dos séculos, representam somente uma compilação altamente seletiva de fragmentos, sujeitos a expurgos e revisão severos. O NT oferece um retrato de Jesus e de sua época que reconcilia necessidades e interesses escusos, de alguns grupos e indivíduos que exercem grande influência no assunto. E qualquer coisa que possa comprometer ou embaraçar interesses como o Evangelho "secreto" de Marcos, por exemplo, têm sido devidamente extirpada. Na verdade, tanto foi extirpada que foi criado um vazio.

Como atestam os Manuscritos do Mar Morto , os ensinamentos de Jesus também contém aspectos importantes do pensamento essênio. Mas se a mensagem não era completamente original, o meio de transmiti-la provavelmente era.

O cristianismo, na forma como evoluiu nos seus primeiros séculos e , finalmente nos chega até hoje, é um produto dos "seguidores da mensagem" e não dos "seguidores da família e sua linhagem". O caminho de sua disseminação e desenvolvimento tem sido amplamente percorrido por outros estudiosos que não necessita muita atenção aqui. Basta dizer que já em Paulo, a mensagem começou a assumir uma forma cristalizada e definitiva. Esta forma se tornou a base sobre a qual todo o edifício teológico foi erigido. Na época em que os Evangelhos foram escritos, os dogmas básicos da nova religião estavam praticamente completos.

A nova religião era basicamente orientada para uma audiência romana. Assim, o papel de Roma na morte de Jesus foi, por necessidade, suprimido, e a culpa transferida para os judeus. Mas esta não foi a única liberdade tomada em relação aos fatos, para torna-lo mais assimiláveis no mundo romano. Pois o mundo romano estava acostumado a endeusar seus governantes, e César já havia sido oficialmente estabelecido como um deus. Para competir, Jesus - a quem ninguém antes havia considerado divino - tinha que ser endeusado também. Ele o foi pelas mãos de Paulo.

Foi aí que a idéia da ressurreição assumiu tal importância, por uma razão óbvia: colocar Jesus no nível de Tammuz, Adônis, Attis, Osiris e todos os outros deuses que, morrendo e revivendo, povoaram o mundo e a consciência de seu tempo.

Pela mesma razão, foi promulgada a doutrina do nascimento virgem. E o festival da Páscoa - festival da morte e ressurreição - foi elaborado para coincidir com os rituais da primavera de outros cultos e escolas de mistérios contemporâneos.

Assim, para levar adiante tal pretensão, todos os elementos dinásticos e políticos foram rigorosamente expurgados da biografia de Jesus. Todas as referências aos zelotes, assim como aos essênios, foram removidos.

Enquanto a "mensagem" evoluía desta maneira, a família e seus aliados não parecem Ter ficado inertes. Julius Africanus, que escreveu no século III, narra que os membros sobreviventes da família de Jesus, acusaram amargamente os governantes de Herodes de destruir as genealogias de judeus nobres, removendo assim todas as evidências que pudessem desafiar sua pretensão ao trono. E estes mesmos membros teriam "migrado pelo mundo", carregando consigo algumas genealogias que escaparam da destruição de documentos ocorridas durante a revolta de 66-74 d.C. (Eisler, Messiah Jesus, p. 606.)

Para os disseminadores do novo mito, a existência da família representava uma perigosa ameaça ao mito e toda menção a uma família nobre ou real, a uma linhagem, a ambições políticas ou dinásticas.

Daí a intolerância dos padres da Igreja dos primeiros séculos, em relação a qualquer desvio da ortodoxia que desejavam impor. Daí também, talvez, uma das origens do anti-semitismo. De fato, ao culpar os judeus e "aliviar" os romanos, os "seguidores da mensagem" e disseminadores do mito teriam conseguido um duplo objetivo. Não só teriam tornado o mito e a mensagem digeríveis para uma audiência romana como também teriam impugnado a credibilidade da família, uma vez que ela era judia.

Todos esses elementos asseguraram o sucesso da disseminação do que se tornou a ortodoxia cristã, que se consolidou no II século d.C., principalmente através de Irenaeus, bispo de Lyon, por volta de 180 d.C., que se dedicou a dar uma forma estável e coerente à teologia cristã, em seu volumoso trabalho " Libres Quinque Adversus Haereses" (Cinco Livros contra heresias) que catalogou todos os desvios da ortodoxia e os condenou veementemente. Deplorando a diversidade, ele sustentava que só podia existir uma Igreja válida, fora da qual não haveria salvação. Quem desafiasse essa afirmação era considerado herético, devia ser expulso e, se possível, destruído.

Entre as diversas e numerosas formas de cristianismo inicial, o gnosticismo incorria na ira mais injuriosa de Irenaeus. O Gnosticismo repousava na experiência pessoal, na união pessoal com o divino. Para Irenaeus, isto minava a autoridade de padres e bispos, dificultando a imposição da uniformidade. É o primeiro escritor cujo cânone do NT condiz essencialmente com o atual.

É razoável afirmar que Irenaeus calçou o caminho para o que ocorreu durante e imediatamente depois do reino de Constantino, sob cuja égide o Império Romano se tornou, um Império cristão.

A tradição conta que Constantino teria tido uma visão reforçada mais tarde por um sonho profético - de uma cruz luminosa pendurada no céu. Uma sentença estava supostamente inscrita na cruz - In Hoc Signo Vinces (Por este sinal conquistarás). Constantino então, encomendou para suas tropas escudos contendo o monograma cristão; as letras gregas Chi e Rho, as duas primeiras letras da palavra Christos. Como resultado, a vitória de Constantino sobre seu rival Maxentius na ponte Múlvia veio a representar um triunfo milagroso sobre o paganismo.

Com base nisso, a Igreja pensa que Constantino converteu o império romano ao cristianismo. Na verdade, ele não fez isso. Para verificar o que ele fez, devemos examinar as evidências mais de perto.

Em primeiro lugar, sua conversão não parece Ter sido cristã, mas descaradamente pagã. Ele parece Ter tido algum tipo de visão, ou experiência divina, nos aposentos de um templo pagão a Apolo. Segundo uma testemunha que acompanhava o exército de Constantino na época, a visão era o deus sol, a deidade adoradas por alguns cultos sob o nome de "Sol Invictus", o invencível sol.

Ele não fez do cristianismo a religião oficial do Estado romano. Ele atuou como principal sacerdote, do"Sol Invictus" e, nessa época, as moedas, faixas imperiais e em todo lugar, circulava o emblema pagão.

Só em 337, foi convertido ao cristianismo e batizado, quando jazia em seu leito de morte. O monograma de Chi Rho foi encontrado numa tumba em Pompéia, 250 anos antes.(ver Halsberghes, The Cult of Sol Invictus. O autor explica que este culto foi levado a Roma no século III d.C., pelo Imperador Elagabalus. Quando Aureliano introduziu sua reforma religiosa, esta era na realidade, o restabelecimento do culto do sol invictus na forma que havia sido originalmente introduzido).

Esse culto, essencialmente monoteísta fez a ortodoxia cristã florescer sem ser molestada.

Constantino decretou também, em 321 d.C., o dia de repouso no Domingo, "dia venerável do sol e os cristãos se adaptaram, o que ajudou a dissociação de sua origem judaica.

Além disso, o nascimento de Jesus fora celebrado até o século IV, no dia 6 de janeiro. Para o culto do sol invictus, contudo, o dia crucial do ano era 25 de dezembro - o festival de natalis invictus, o nascimento (ou renascimento) do sol, quando os dias começam a ficar mais longos. Novamente o cristianismo se alinhou com o regime e a religião do Estado estabelecida.

O cristianismo também se alinhou ao Mithraísmo que celebrava seu nascimento em 25 de dezembro. Enfatizava a imortalidade da alma, um julgamento futuro e a ressurreição dos mortos.

Constantino consolidou, em nome da unidade e uniformidade, a condição do cristianismo ortodoxo. Em 325 d.C. convocou o Concílio de Nicea, onde foi estabelecido a Páscoa e decidiu por voto (218 pró e 2 contra), que Jesus era um deus.

Um ano após o Concílio de Nicea, Constantino mandou destruir o que desafiava a ortodoxia cristã, e permitiu que fosse instalado o bispado de Roma no palácio Lateran. ( Só em 384 d.C., o bispo de Roma se autodenominou "papa" pela primeira vez.)

Nota: Em 303 d.C., um quarto de século antes, o imperador pagão Diocleciano havia se empenhado em destruir todos os escritos cristãos que pudessem ser encontrados. Como conseqüência , os documentos cristãos - especialmente em Roma - haviam desaparecido.

Quando Constantino permitiu encomendar novas versões desses documentos, isto possibilitou que os guardiães da ortodoxia revisassem, editassem e reescrevessem seu material como bem entendessem, de acordo com suas próprias doutrinas.

O NT, como ele existe hoje, é essencialmente um produto dos editores e escritores do século IV - guardiães da ortodoxia, "seguidores da mensagem", com interesses a proteger.

Quanto à família de Jesus, mesmo de seu exílio incógnito, as pretensões e a própria existência da família teriam exercido um apelo poderoso que representaria uma ameaça à ortodoxia de Roma.

A ortodoxia de Roma repousa essencialmente nos livros do NT, mas ele em si, nada mais é do que uma seleção de antigos documentos cristãos do século IV.

Inúmeros outros trabalhos antecederam o NT em sua forma atual, e alguns deles lançam nova luz, freqüentemente controvertida, sobre os manuscritos aceitos.

Existem os vários livros excluídos da Bíblia que são conhecidos como "Apocrypha", datados dos séculos anteriores e posteriores ao oficial, e podem Ter tanta pretensão à veracidade quanto os Evangelhos originais.

Um destes trabalhos é o Evangelho de Pedro, cuja primeira cópia foi localizada em um vale do Alto Egito em 1886, embora ele seja mencionado pelo bispo da Antióquia em 180 d.C. de acordo com este Evangelho Apócrifo, José de Arimathéia era amigo íntimo de Pilatos, que a tumba onde foi enterrado Jesus, situa-se em um local chamado "O Jardim de José". E as últimas palavras de Jesus na cruz são particularmente chocantes:"Meu poder, meu poder, por que me desamparastes?" (Evangelho de Pedro 5:5)

Observação: Encontra-se neste site os Evangelhos apócrifos e pseudoapócrifos.)

Um outro trabalho apócrifo interessante é o Evangelho sobre a Infância de Jesus (que data do século II ou anterior).Jesus é retratado como uma criança brilhante e eminentemente humana e temperamental. Um fragmento curioso e importante sobre sua infância, quando Jesus foi circuncidado. Seu prepúcio foi dado a uma velha mulher não identificada, que o preservou em uma "caixa de alabastro que Maria, a pecadora buscou e despejou o óleo sobre a cabeça e os pés de Nosso Senhor Jesus Cristo".

Esta unção é equivalente a um importante ritual de iniciação. Mas nesse caso é evidente que a unção havia sido prevista e preparada com muita antecedência. E o incidente como um todo implica uma conexão - obscura e tortuosa - entre Madalena e a família de Jesus, muito antes de Jesus embarcar em sua missão aos 30 anos de idade.

A família de Jesus não daria seu prepúcio a uma estranha, além de Ter sido preservado ao longo dos anos para cair em mãos de Maria de Betânia (João 12:3), exceto, se ela fosse alguém não muito menos importante e apta a uma iniciação.

Outro fato curioso é a omissão dos zelotes nos Evangelhos canônicos é a omissão dos zelotes, militantes nacionalistas e revolucionários "lutadores pela liberdade", que seriam facilmente vistos como vilões pelos romanos.

Como argumenta o professor Brandon "O silêncio dos Evangelhos sobre os zelotes (...) indica obviamente uma relação entre Jesus e esses patriotas, que os Evangelistas preferirem não revelar".

Qualquer que tenha sido a associação de Jesus com os zelotes, não há dúvida de que ele foi crucificado como sendo um deles.

Em uma famosa e estranha passagem, Jesus anuncia que veio "não para trazer a paz, mas a espada". No Evangelho de Lucas (22:36), instrui seus seguidores que não possuem espada a comprar uma; e após a refeição do festival judeu, ele mesmo averigua, aprovando, que eles estão armados (Lucas 22:38). No quarto Evangelho, Jesus é um pacifista moderado.

Segundo autoridades modernas, Judas, o Iscariotes deriva de Judas, o Sicarii - e Sicarii e Lestai eram sinônimos para zelotes ( Lestai foi denominado aos ladrões crucificados com Jesus e Barrabás).

Na realidade, os sicarii parecem Ter sido uma elite dentro das fileiras dos zelotes, um grupo de assassinos profissionais.

Na versão grega de Marcos, Simão é chamado " Kananaios", tradução grega da palavra aramaica para zelote. Na Bíblia do rei James, a palavra é mal traduzida e Simão aparece como "Simão, o canaanita". Mas o Evangelho de Lucas não deixa dúvidas. Simão é claramente identificado como zelote, e até mesmo a Bíblia do rei James o introduz como "Simão zelotes".

Se a ausência - ou aparente ausência dos zelotes nos Evangelhos é surpreendente, a dos essênios também o é. Na Terra Santa do tempo de Jesus, os essênios constituíam uma seita tão importante quanto a dos fariseus e dos saduceus, e é inconcebível que Jesus não tenha tido contato com eles.

Segundo as narrativas, João Batista seria um essênio.

Os essênios, segundo cronistas da época, começaram a aparecer por toda Terra Santa, ao redor de 150 a.C. e usavam o VT que interpretavam mais como alegoria do que como verdade histórica literal. Repudiavam o judaísmo convencional em favor de uma forma de dualismo gnóstico que parece Ter incorporado elementos de adoração do sol e do pensamento pitagórico.

Praticavam curas e eram altamente considerados por sua habilidade com técnicas terapêuticas. Eram ascetas rigorosos e facilmente distinguível pela sua vestimenta branca.

Nota: Veja neste site: Manuscritos do Mar Morto e Manuscritos de Nag Hammadi

O Manuscritos do Mar Morto refletem sua teologia dualista. Dão grande ênfase à vinda do Messias -"O Consagrado" - descendente da linha de Davi. (Allegro, Dead Sea Scroolls, p.167)

E aderem a um calendário especial segundo o qual o culto do festival judeu era celebrado na Quarta e não na Sexta feira - o que coincide com o culto do festival no quarto Evangelho.

Em vários aspectos importantes, seus escritos coincidem, quase palavra por palavra, com alguns ensinamentos de Jesus que, no mínimo, conhecia a comunidade de Qumrãn e colocou seus próprios ensinamentos, pelo menos em parte, em concordância com a deles.

Embora os zelotes sejam tidos como agressivos, violentos, terroristas e os essênios, ao contrário, pacifistas, gentis, na verdade, os zelotes incluíam numerosos essênios em suas fileiras, pois não eram uma seita, mas uma facção política.

A associação entre os zelotes e os essênios é especialmente evidente nos escritos de Josephus, que forneceram muitas das informações disponíveis sobre a Palestina da época.

Nota: Veja nesse site: O massacre de Masada segundo Josephus.

José bem Mathias nasceu da nobreza judaica em 37d.C.Quando a revolta de 66 d.C. irrompeu, ele foi nomeado governador da Galiléia, onde assumiu o comando das forças alinhadas contra os romanos ele parece Ter-se revelado inapto como comandante militar, sendo prontamente capturado pelo imperador romano Vespasiano. Traiu então sua causa, tornou-se cidadão romano, tomando o nome de Flavius Josephus, divorciou-se de sua mulher, casou-se com uma rica herdeira romana e aceitou ricos presentes do imperador romano - que incluíam um apartamento privado no palácio imperial, bem como as terras confiscadas dos judeus na Terra Santa. Pouco antes de sua morte, em 100 d..C., suas copiosas crônicas do período começaram a aparecer.

Em "A guerra judia", Josephus oferece uma narrativa detalhada da revolta que ocorreu entre 66 d.C. e 74 d.C. Os historiadores posteriores aprenderam muito com ele sobre aquela desastrosa insurreição, o saque de Jerusalém e a destruição do templo. E o trabalho de Josephus também contém a única narrativa da queda, em 74 d.C., da fortaleza de Masada, situada no canto sudoeste do Mar Morto.

Assim como Montségur alguns 1200 anos mais tarde, Masada chegou a simbolizar tenacidade, heroísmo e martírio na defesa de uma causa perdida. Assim como Montségur, ela continuou a resistir ao invasor durante muito tempo, depois de cessarem virtualmente todas as outras resistências organizadas.. enquanto o resto da Palestina caía sob o assalto romano, Masada continuava invulnerável. Finalmente, em 74 d.C., a posição da fortaleza se tornou insustentável. Depois de bombardeios com mecanismos pesados de cerco, os romanos instalaram uma rampa que lhes possibilitou quebrar as defesas. Na noite de 15 de abril, prepararam um assalto geral.

Embora os arqueólogos da atualidade não concordem com alguns dos fatos narrados a seguir e que se encontra neste site, no link Teria sido Jesus Crucificado e o Massacre de Masada, continuaremos a pesquisa do livro de Josephus, segundo a opinião de Baigent, Leigh e Lincoln.

Na mesma noite os 960 homens, mulheres e crianças dentro da fortaleza cometeram suicídio em massa. Na manhã seguinte, ao irromperem através do portão, os romanos só encontraram cadáveres entre as chamas.

O próprio Josephus acompanhou as tropas romanas que adentraram Masada na manhã de 16 de abril. Afirma Ter testemunhado pessoalmente a carnificina. E afirma Ter entrevistado três sobreviventes do desastre - uma mulher e duas crianças que supostamente se esconderam nos condutos sob a fortaleza, enquanto o restante das pessoas se matavam. Josephus relata que obteve desses sobreviventes uma narrativa detalhada do que aconteceu na noite anterior . segundo essa narrativa, o comandante da tropa era um homem chamado Eleazar - uma variação de Lázaro. E parece Ter sido Eleazar quem, por sua eloquência persuasiva e carismática, levou os defensores à sombria decisão. Em sua crônica Josephus repete as interessantes falas de Eleazar, como afirma Ter ouvido dos sobreviventes. A história registra que Masada era defendida por militantes zelotes, e o próprio Josephus usa as palavras zelote e sicarii alternativamente. Ainda assim, as falas de Eleazar não são convencionalmente judaicas. Ao contrário, elas são sem dúvidas essênias, gnósticas ou dualistas.

" Desde que o homem primitivo começou a pensar , as palavras dos nossos ancestrais e dos deuses, apoiadas pelas ações e pelos espíritos de nossos antepassados, têm constantemente impresso em nós que a vida, não há morte, é a calamidade para o homem. A morte libera nossas almas e as deixa partir para seu próprio lar puro, onde desconhecem qualquer calamidade; mas enquanto elas estão confinadas em corpo mortal e partilham de suas misérias, na verdade estão mortas. Pois a associação do divino com o mortal é mais impura. Certamente, mesmo aprisionada ao corpo, a alma pode fazer muito: faz do corpo seu próprio destino, movendo-o invisivelmente e impelindo-o em suas ações além do que pode atingir a natureza mortal. Mas quando liberada do peso que a arrasta à terra, é suspensa acima dele, a alma retorna a seu próprio lugar , e então em verdade, partilha de um poder abençoado e de uma força verdadeiramente desacorrentada, permanecendo tão invisível aos olhos humanos quanto aos olhos do próprio Deus. Nem mesmo quando ela está no corpo pode ser vista; ela entra incógnita e parte desapercebida, possuindo ela própria uma natureza indestrutível, mas causando mudança no corpo; pois o que quer que a alma toque, revive, desabrochando, e que quer que ela deserte, fenece e morre, tal a super abundância que ela tem de imortalidade."

E novamente:

São homens de verdadeira coragem aqueles que, considerando sua vida um tipo de serviço que devemos à natureza, submetem-se sem relutância em liberar suas almas de seus corpos; e embora nenhuma desgraça os pressione ou expulse, o desejo da vida imortal os impele a informar seus amigos que eles partirão.

( Josephus, Jewish War,p.387.400))



Nota: É de se admirar um discurso de tal lirismo e profundidade ser repetido por um dos sobreviventes do suicídio coletivo. O máximo que podemos supor, é que Josephus, em sua fala, ele próprio tenha sido envolvido com o comentário e deixado a poesia tomar conta do restante.

Não sendo este o caso, ele poderia Ter aproveitado o discurso de um típico essênio/gnóstico e colocado aí, num gesto de admiração.

É extraordinário que nenhum, até onde sabemos, jamais tenha comentado estas fala, que levantam uma série de perguntas provocantes. Por exemplo, o judaismo ortodoxo jamais fala de uma alma, e menos ainda de sua natureza imortal e indestrutível. Na verdade, o próprio conceito de alma e de imortalidade é estranho à corrente principal da tradição e do pensamento judaicos. Da mesma forma o são a supremacia do espírito sobre a matéria, a união com Deus na morte e a condenação da vida como má. Estas atitudes derivam, inequivocadamente, de uma tradição do ocultismo. São flagrantemente gnósticas e dualistas. No contexto de Masada, são caracteristicamente essênias.

No quarto Evangelho, os discípulos desejavam se juntar a Lázaro na morte. É possível que os defensores de Masada incluíssem alguns seguidores da linhagem de Jesus


OS ESCRITOS GNÓSTICOS

A revolta de 66- 74d.C. foi seguida de uma Segunda insurreição importante cerca de sessenta anos depois, entre 132 e 135 d.C.. Como conseqüência desse novo distúrbio, todos os judeus foram oficialmente expulsos de Jerusalém, que se tornou uma cidade romana

Os verdadeiros espíritos do judaismo e do cristianismo partiram da Terra Santa. A maioria da população judia da Palestina, se dispersou num diáspora como aquela que havia ocorrido 700 anos depois, quando Jerusalém caiu sob os babilônios.

Mesmo assim, as heresias começaram a florescer, a despeito dos esforços de Clemente de Alexandria, Irenaeus e seus adeptos.

O conhecimento moderno sobre essas heresias deriva amplamente dos ataques de seus oponentes, o que, é claro, distorce o quadro.

Em geral, Jesus parece Ter sido visto pelos primeiros hereges de duas formas diferentes: para alguns, era um deus com poucos atributos humanos, se é que os possuía; para outros, era um profeta normal, no fundo semelhante a, digamos, Buda - ou, um milênio depois, Maomé.

Entre os mais importantes hereges estava Valentino, nativo da Alexandria, que passou a última parte de sua vida (136-165d.C.), em Roma. Extremamente influente em sua época, Valentino contava com homens como Ptolomeu entre seus seguidores. Declarando que possuía um corpo de "ensinamentos secretos" de Jesus, ele recusava-se submeter-se à autoridade romana, afirmando que a gnose tinha procedência sobre qualquer hierarquia externa.

Outro alvo era Marcion, um rico magnata da navegação e bispo, que chegou a Roma ao redor de 140 d.C. e foi excomungado 4 anos depois.

O terceiro maior herege do período - e em muitos aspectos , mais intrigante - foi Basilides, um intelectual de Alexandria que escreveu entre 120 e 130 d.C. Versado tanto em escrituras hebréias quanto em Evangelhos cristãos, ele também mergulhava no pensamento egípcio e helenístico e, segundo Irenaeus, promulgou a mais odiosa heresia. Basilides afirmou que a crucificação foi uma farsa, que Jesus não morreu na cruz, e que um substituto - Simão de Cyrene - tomou seu lugar. Tal afirmação pareceria estranha, mas ser revelou persistente e tenaz. Até o século VII o Alcorão mantinha precisamente o mesmo argumento: um substituto, tradicionalmente Simão de Cyrene, tomara o lugar de Jesus na cruz.

E o mesmo argumento foi levantado para a BBC de uma "prova incontestável de um padre sobre a substituição.

O local onde os hereges estavam mais unidos, era o Egito; muitos deles para lá se dirigiram. Assim, não é de se surpreender que o Egito recebeu os Manuscritos de Nag Hammadi onde foram descobertos muitos Evangelhos gnósticos.

Nota: Neste site, os Manuscritos de Nag Hammadi.

Os Manuscritos de Nag Hammadi, são uma coleção de textos bíblicos, essencialmente gnósticos, que datam, aparentemente, do final do século IV ou no inicio do século V, ou cerca de 400 d.C. . Os manuscritos são cópias, e os originais a partir dos quais eles foram copiados datam de muito tempo antes. Algum deles - o Evangelho de Tomé - por exemplo, o Evangelho da Verdade e dos Egípcios - são mencionados pelos primeiros padres da Igreja, tais como Clemente de Alexandria, Irenaeus e Origen.

Em primeiro lugar, eles são importante porque eles escapam à censura e revisão da ortodoxia romana. Em segundo lugar, porque eles foram escritos para uma audiência egípcia, não tendo que distorcer para os ouvidos romanos e, por que eles podem se basear em fontes de primeira mão., testemunhas oculares.

Como era de se esperar, os Manuscritos de Nag Hammadi contém muitas passagens antagônicas à ortodoxia e aos "seguidores da mensagem". Em um documento, por exemplo, chamado segundo tratado do grande Seth, Jesus é descrito precisamente como ele aparece na heresia de Basilides - escapando à morte na cruz através de uma engenhosa substituição.

Alguns outros trabalhos da coleção Nag Hammadi testemunham uma rixa entre Pedro e Madalena que poderia refletir um cisma entre os "seguidores da mensagem" e os "seguidores da linhagem". No Evangelho de Maria, Pedro se dirige a Madalena como se segue:"Irmã, nós sabemos que o Salvador te amou mais que as outras mulheres. Conte-nos as palavras do Salvador de que tu te lembras - que tu conheces mas nós não." Indignado, Pedro pergunta aos outros discípulos:" Ele realmente falou em particular para uma mulher e não abertamente para nós? Devemos nós todos dar a volta e escuta-la? Ele a preferiu a nós?" Mais tarde, um dos discípulos responde a Pedro: "O salvador certamente a conhece muito bem. Por isso ele a amou mais que a nós.

No Evangelho de Felipe, as razões para esta rixa, parecem óbvias.. existe, uma ênfase recorrente na imagem de uma câmara nupcial. Segundo este Evangelho, "O senhor fez tudo misteriosamente, uma crisma e um batismo e uma eucaristia e uma redenção ." Esta câmara , à primeira vista, poderia ser simbólica e alegórica. Mas o Evangelho de Felipe é mais explícito: " Existem três que sempre caminharam com o Senhor: Maria , sua mãe e sua irmã e Madalena, chamada sua companheira." Segundo um pesquisador, a palavra "companheira" deve ser traduzida por esposa. Certamente, existem razões para faze-lo, pois o Evangelho de Felipe se torna mais explícito:

E a companheira do Salvador, é Maria Madalena. Mas Cristo a amava mais que a todos os seus discípulos e a beijava na boca freqüentemente. O restante dos discípulos ficavam ofendidos com isso e expressavam sua desaprovação. Eles lhe disseram:" Por que mais do que a todos nós?" O Salvador respondeu e lhes disse: " Por que eu não te amo como a ela?" ( O Evangelho de Maria, O Evangelho de Felipe , em Nag Hammadi Library in English, p.472, 140,138;)

Conclusão

(trechos extraídos de Baigent, Leigh e Lincoln)

Muitas evidências foram apresentadas pelo Monastério do Sinai, através de seus documentos e representantes. Mas sabemos que Sinai possuem alguma prova de que Jesus foi casado e tivera filhos e que deixaram a Terra Santa na época de sua suposta morte. Encontraram refúgio no Sul da França e lá preservaram sua linhagem em uma comunidade judaica. Durante o século V esta linhagem parece Ter se misturado, via casamento, com a linhagem real dos francos, engendrando assim a dinastia merovíngia. Em 496d.C., a Igreja fez um pacto com essa dinastia, ligando-se perpetuamente à linhagem merovíngia - presumivelmente conhecendo a verdadeira identidade daquela estirpe. Isto explicaria a oferta recebida por Clóvis de se tornar imperador do Sacro Império Romano, o "novo Constantino", e seria a razão pela qual ele não foi feito rei, mas reconhecido como tal.

Ao corroborar o assassinato de Dagobert, e depois trair a linhagem merovíngia, a Igreja se tornou culpada de um crime que não podia ser racionalizado ou expurgado. Ele teria que ser suprimido, pois a descoberta da real identidade dos merovíngios não fortaleceria a posição de Roma diante de seus inimigos.

A despeito de todos os esforços para erradica-la, a linhagem merovíngia - sobreviveu, em parte, através dos carolíngios, que se sentiam mais culpados do que Roma pela usurpação e procuraram se legitimar através de alianças dinásticas com princesas merovíngias. Mas o mais importante é que a linhagem sobrevivei através do filho de Dagobert, Sigisbert, cujos descendentes incluíram Guillem de Gellone, governante do reino judeu de Septimania e, finalmente, de Godfroi de Bouillon. Com a captura da Jerusalém em 1099 por Godfroi, a linhagem de Jesus teria recapturado sua herança de direito, a ela conferida nos tempos do VT.

...Se nossa hipótese estiver correta, o cálice sagrado representava simultaneamente duas coisas: por um lado teria sido a linhagem sangüínea e os descendentes de Jesus - o "sang raal" ou "sangue real", do qual os templários foram nomeados guardiães. Ao mesmo tempo, o cálice teria sido o receptáculo que recebeu e conteve o sangue de Jesus. A partir disso, teria surgido o culto a Madalena, na forma como foi promulgado na Idade Média, e ele teria sido confundido com o culto à Virgem. Pode-se provar que muitas famosas Virgens Negras ( incluindo Nossa Senhora da Aparecida, no Brasil, estátua negra e padroeira do País, descoberto pelos Europeus na Idade Média) ou Madonas Negras, do início da era cristã, eram ícones de Madalena e não da Virgem - e eles retratam uma mãe com o filho.

Em 70 d.C., durante a grande revolta na Judea, as legiões romanas de Tito saquearam o Templo de Jerusalém. O tesouro pilhado do Templo teria ido parar finalmente nos Pirineus e o representante do Monastério do Sinai, afirmou que esse tesouro se encontrava nas mãos dessa sociedade secreta. Mas o templo de Jerusalém pode Ter contido mais do que o tesouro pilhado pelos centuriões de Titus. Religião e política eram inseparáveis no antigo judaísmo. O Messias devia ser um rei-sacerdote, cuja autoridade compreendia os domínios espiritual e secular. Assim, é possível que o Templo abrigasse registros oficiais sobre a linhagem real de Israel. Se Jesus era realmente o rei dos judeus,, o Templo. Certamente conteria informações copiosas relacionadas a ele. Poderia mesmo conter seu corpo, ou pelo menos o seu túmulo, uma vez que o seu corpo teria sido removido da tumba temporária dos evangelhos.

Qualquer sacerdote que estivesse ali, naquele momento no Templo, deixaria para eles o ouro, as jóias, o tesouro material que eles esperavam encontrar e esconderia, sob o Templo, os itens de maior importância, relacionados ao legítimo rei de Israel, o Messias e sua família real.

Por volta de 1100, os descendentes de Jesus teriam atingido proeminência na Europa e, através de Godfroi de Bouillon, na Palestina também. Conheciam sua própria genealogia e seus ancestrais mas não podiam, ou não queriam, prova-los ao mundo. Se fosse conhecido que essa prova existia, ou talvez existisse, no interior do Templo, todos os esforços teriam sido empreendidos no sentido de encontra-la. Isto poderia explicar o papel dos templários - que sob a proteção do mistério, realizaram escavações sob o Templo, nos chamados Estábulos de Salomão. A partir das evidências que examinamos, restam poucas dúvidas de que os templários foram de fato enviados à Terra Santa com o objetivo expresso de encontrar ou obter alguma coisa, tendo cumprido a missão. Eles parecem Ter encontrado e trazido para a Europa o que deviam procurar. O que aconteceu com o que encontraram, permanece um mistério. Mas parece que sob os auspícios de Bertrand de Blanchefort, quarto grão-mestre da Ordem do Templo, alguma coisa foi escondida nas vizinhanças de Rennes le Chatêau. Um contingente de mineiros germânicos foi importado, sob um forte esquema de segurança, para escavar e construir um local para oculta-la. Pode-se apenas especular sobre o que foi essa coisa. Pode Ter sido o corpo mumificado de Jesus. Pode Ter sido o equivalente da certidão de casamento de Jesus, e/ou as certidões de nascimentos de seus filhos. Pode Ter sido alguma coisa de importância explosiva. Um ou todos esses itens pode se relacionar ao cálice sagrado, e que podem Ter passado, por acidente ou não, para as mãos dos Cátaros e constituído parte do misterioso tesouro de Montségur.

Por circunstâncias desconhecidas, os merovíngios não conseguiram restabelecer, ao longo dos séculos , sua supremacia. No século XVI a casa Guise quase conseguiu o trono francês, no século XVII, a Fronda quase conseguiu manter Luís XIV fora do trono, suplantado por um representante da casa Lorraine. No final do século XIX, esquemas foram elaborados para um tipo de Santa Aliança, que teria unificado a Europa Católica - Áustria, França, Itália e Espanha - sob os Habsburgo. Estes planos foram desviados pelo comportamento agressivo da Alemanha e da Rússia, que provocou uma mudança constante de alianças entre os principais poderes e, finalmente, precipitou uma guerra que desestabilizou todas as dinastias continentais.

Foi no século XVIII que a linhagem merovíngia chegou mais perto da realização de suas metas. Em virtude de suas ligações, via casamento com os Habsburgo, a casa Lorraine havia conseguido o trono da Áustria, o Sacro Império Romano. Quando Maria Antonieta, filha de François de Lorraine, se tornou rainha da França, o trono da França também ficou à distância de apenas uma geração. Se não houvesse a Revolução Francesa, a casa Habsburgo - Lorraine poderia, pelos idos de 1800, Ter feito seu caminho na direção de estabelecer domínio sobre toda a Europa.

Parece claro que a Revolução Francesa foi um devastador banho de água fria nas esperanças e aspirações merovíngias. Os planos, cuidadosamente elaborados e implementados durante um século e meio (observa que Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria era sobrinha de Maria Antonieta e Napoleão também foi casado com uma da mesma linhagem), foram subitamente reduzidos a cinzas em um único cataclisma. Referências contidas nos Documentos do Monastério mostram que, durante a turbulência da Revolução, Sinai perdeu muitos de seus preciosos registros e possivelmente outras informações também. Isso pode explicar a mudança de posição de grão-mestre da ordem, em direção a personagens culturais franceses que, como Nodier, tinham acesso a material de outras formas inacessível. Também pode explicar o papel de Sauniere. Às vésperas da revolução, seu predecessor, Antoine Bigou, havia ocultado, e possivelmente escrito, os pergaminhos codificados, partindo então para a Espanha, onde morreu logo depois. Assim, é possível que Sinai, pelo menos durante algum tempo, não soubesse precisamente onde estavam os pergaminhos. Mesmo que soubesse da sua localização na Igreja de Rennes le Chatêau, não poderiam obtê-los sem a ajuda de um padre simpatizante no local, um homem que agisse seguindo ordens, refreasse perguntas embaraçosas. Mantivesse silêncio e não interferisse nos interesses e atividades da ordem. Se os pergaminhos se referissem a alguma outra coisa - algo escondido nas vizinhanças de Rennes le Chatêau - tal homem seria ainda mais essencial.

Sauniere morreu sem revelar seu segredo, assim como a governanta , Marie Dernanaud. Durante os anos que se seguiram houve muitas escavações nos arredores de Rennes le Chatêau, mas nenhuma delas produziu alguma coisa. Se informações explosivas tivessem sido ocultadas nos arredores, elas teriam sido removidas quando a história de Sauniere começou a atrair a atenção de caçadores de tesouro e a mídia (a cidade passou a ser ponto turístico e Spilberg fez um filme de Indiana Jones sobre o cálice sagrado) à menos que essas informações tivessem sido ocultadas em algum depósito imune a caçadores de tesouros, em uma cripta subterrânea ou sob um lago artificial em propriedade privada. De fato, existe um lago artificial próximo de Rennes , nas proximidades de um local chamado Lavaldieu ( O vale de Deus).

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